quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

História

A primeira radiografia do Brasil é histórica, uma imagem conhecida pelas academias de todo o mundo. Foi inédita em dois sentidos, por também ser a primeira do mundo realizada em irmãs siamesas e, não obstante, se tornou fator determinante para a realização da cirurgia que permitiu a separação das duas crianças.

Para ver a primeira radiografia do Brasil e fotos da época, clique aqui

As gêmeas nasceram em 1893, em Ribeirão do Costa, no Espírito Santo. Chamavam-se Rosalina e Maria Pinheiro Dável. Os pais, João Dável e Rosalina da Silva Pinheiro, eram agricultores muito pobres e resolveram dar as meninas ao médico Eduardo Chapot Prevost.

Em 1900, aos sete anos de idade, elas foram levadas para o Rio de Janeiro, onde aconteceu a cirurgia que as separou. Esse é o primeiro caso bem sucedido desse tipo de intervenção e seu único diferencial foi a utilização de um exame radiológico, que permitiu ver por dentro. Por meio da radiografia, foi possível identificar que, além das gêmeas serem unidas pelo tórax, também eram unidas pelos fígados.

Os médicos Miguel Couto, Moncorvo Filho, Ernani Pinto Ramos, Álvaro Rodrigues e o farmacêutico Sayão auxiliaram na operação. O procedimento foi realizado na Casa de Saúde São Sebastião, em Laranjeiras/RJ.

Maria morreu cinco dias depois da cirurgia. Ela teve uma pleuropericardite, quadro infeccioso grave. Já Rosalina sobreviveu e foi criada pelo médico e sua esposa como uma filha. Ela se casou em 1927, teve cinco filhos fisicamente normais e morreu na velhice, após uma longa vida de realizações.

Esse primeiro exame radiológico do nosso país foi realizado pelo doutor Álvaro Alvim, médico que dá nome a vários hospitais espalhados pelo Brasil. Ele realizou o feito logo após chegar de Paris, onde aprendeu com Marie Curie o uso da tecnologia, até então desconhecida nessa região do planeta.

De acordo com a presidenta do CONTER Valdelice Teodoro, doutor Alvim foi o responsável pelo treinamento e introdução dos primeiros operadores de raios X no mercado profissional brasileiro, a partir do final da década de 1930. “É fácil entender, tanto etimologicamente quanto pela observação dos aspectos históricos, que a antiga figura do que conhecíamos como Operador de raios X corresponde ao que entendemos hoje por profissionais das técnicas radiológicas. Os Auxiliares, Técnicos e Tecnólogos em Radiologia nada mais são que a derivação fiel dos primeiros profissionais da área no Brasil e, como tal, são herdeiros de seus legados e direitos coletivos difusos”, considera.

FONTE: CONTER

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