quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Professora do IEN é coautora de livro sobre Radioecologia

O livro “Tropical Radioecology”, 18° volume da coleção “Radioactivity in the Environment”, editado por John R. Twining, foi publicado pela Editora Elsevier. A professora Maria Angélica Vergara Wasserman, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no Rio de Janeiro, é um dos 13 colaboradores da publicação, ao lado de renomados especialistas.

A radioecologia é uma disciplina da ecologia que tem por objetivo detectar a presença de radionuclídeos no ambiente, identificar as suas origens e compreender os processos de transferência e de concentração nos vários compartimentos dos ecossistemas. O crescente desenvolvimento da área nuclear e suas aplicações nos diversos setores da sociedade tem aumentado a preocupação com o destino dos radionuclídeos liberados no meio ambiente em decorrência de sua expansão.

Até recentemente, os modelos radioecológicos aplicados em ambientes tropicais eram fomentados por dados provenientes de ambientes de clima temperado. No entanto, a grande maioria dos estudos radioecológicos realizados em clima tropical, através de reconstituição de ecossistemas simplificados em laboratório ou em campo, já evidenciavam diferenças significativas no comportamento dos radionuclídeos, devido às diferenças bióticas e outras características ambientais entre cenários.

Este livro reúne os principais estudos realizados em diversas regiões tropicais e subtropicais do planeta e, desse modo, é o primeiro documento internacional que reconhece e consolida o conhecimento singular da radioecologia em ecossistemas tropicais, através de uma abordagem multidisciplinar, multicultural e holística.

Segundo a professora Maria Angélica, este livro é um marco na história da Radioecologia, pois é o primeiro no mundo a reconhecer e abordar de forma completa e profunda as diferenças nas relações solo-planta oriundas das peculiaridades climáticas que impactam alguns conceitos e práticas da radioproteção ambiental. Conceitos estes estabelecidos, em grande parte, pela experiência adquirida com o acidente de Chernobyl.

A professora acrescenta: ”É importante ressaltar que os princípios científicos não devem ser estabelecidos com base em observações restritas a determinadas regiões ou grupos, ainda que realizados por instituições de excelência, como foi o caso, até recentemente, para os principais postulados da radioecologia, no qual se estabelecia a experiência de Chernobyl como referência. No entanto, o que se pôde verificar com o desenvolvimento de estudos em outras partes do globo terrestre, é que a Eurásia é parte do todo, não é o todo. Somente a macrovisão evita distorções do conhecimento, cujos impactos ambientais, sociais e econômicos podem tomar enormes proporções, principalmente quando normas e leis são estabelecidas com o apoio do conhecimento gerado na visão fragmentada pelos monopólios científico-culturais.”

FONTE: CNEN

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