Entre os
dias 15 e 23 de setembro, mais de 100 pessoas serão operadas no Hospital
Estadual de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu. A unidade de saúde que
mais realizará cirurgias ortopédicas durante o mutirão nacional. Secretário Sérgio Côrtes esteve em Paraíba
do Sul e também participou. Saiu o gestor e entrou o cirurgião
Os dois
anos de espera do fiscal Aleixo Rehberger, de 70, para operar o quadril e se
livrar das dores que dificultavam seu caminhar acabaram ontem. Morador de Nova
Friburgo, ele foi um dos pacientes do Hospital Estadual de Traumato e Ortopedia
Dona Lindu (HTODL), em Paraíba do Sul, beneficiados pelo Mutirão Nacional de
Cirurgias Ortopédicas, realizado em estados estratégicos do país entre 17 e 21
de setembro. O time de médicos que realizaram o procedimento tão aguardado por
Aleixo ganhou o reforço do secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, especialista em
cirurgias do tipo.
Para
driblar a ansiedade, Aleixo não economizava nas piadas e no bom humor com a
equipe do hospital. Mas, com a visita do secretário ao seu leito, momentos
antes do procedimento, ficou emocionado:
- O
sentimento agora é de medo, pela cirurgia, e de animação, porque sei que vou
ficar bom. Eu estava perdendo em qualidade de vida. Apenas para conseguir
levantar tinha que rezar uma “Ave Maria” – brincou Aleixo, que há 10 anos
sofria com dores no quadril.
Enquanto o
morador de Nova Friburgo se preparava para colocar a prótese e dar adeus às
dores, o lavrador petropolitano Carlos Roberto de Carvalho, de 53 anos,
comemorava a conquista de ter suas pernas de volta. Portador de artrite
reumatóide nos pulsos, cotovelos e joelhos há cerca de 17 anos, ele havia
chegado em estado crítico e estava sem conseguir andar há oito meses.
- Eu me
tratava com médicos particulares, mas o plano ia me enrolando, enrolando e
nunca operei. Fui me arrastando, mas, há oito meses, o joelho arrebentou mesmo
e passei a me locomover dentro de casa andando com uma cadeira de escritório. Desisti
do plano e fui para o SUS, de onde me encaminharam para cá (Dona Lindu) há
quatro meses – relembrou o lavrador.
Avisado na
última quarta-feira (12/9) que seria beneficiado pelo mutirão, Carvalho já foi
internado no domingo (16) e teve a artoplastia total do joelho esquerdo
realizada no dia seguinte. Em recuperação na enfermaria, sonha com o momento
que poderá realizar a cirurgia na perna direita.
- Não faço
nem questão de jogar bola. Quero voltar a minha vida normal. Ter as pernas e de
repente perdê-las é uma tristeza. Para mim, é como se tivesse nascendo outra
vez e ganhando minhas pernas de volta – vibrou Carvalho.
Se o
lavrador não faz muita questão de jogar bola, o vigilante Fernando Victor do
Nascimento, de 22 anos, não vê a hora de participar de uma pelada. Com um
nódulo de gordura envolvendo o tendão do quarto e quinto dedo do pé esquerdo,
ele parou de correr, nadar e malhar há cerca de um ano. Com o mutirão, teve sua
cirurgia adiantada para a última segunda-feira (17) e agora aguarda a alta.
- Minha
vida tinha parado. Quero voltar ao normal e ao meu peso. Engordei 15 quilos
depois desse problema – afirmou o jovem.
Aguardando
a definição do dia da sua cirurgia, Dona Maria de Jesus Pinheiro do Amara, de
74 anos, é só sorrisos quando planeja o que fará ao sair do hospital:
- Há 12
anos coloquei uma prótese no fêmur que estava dando problema. Já troquei a do
lado esquerdo e agora aguardo a outra. Quero consertar minhas pernas para
dançar forró. Com a perna boa dá até para arrumar uma paquera – brincou Dona
Maria, que estava acompanhada da filha Ermelinda Pinheiro, de 54 anos.
Daqui a uma
semana será a vez de Ermelinda se ficar em um leito do Hospital Dona Lindu. Há
dois anos quebrou a tíbia e está com a cirurgia marcada para dia 25.
- Esse
hospital caiu do céu. Em outra época, teríamos que ir para o INTO do Rio. Meu
marido operou lá e agora poderei ficar perto de casa. Ter o Lindu é uma vitória
para nós – afirmou Ermelinda.
Soluções para o fim da fila de cirurgia de
joelho - O
secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, anunciou nesta
quarta-feira (19) novas ações para reduzir a fila de espera por cirurgias
ortopédicas de joelho. Atualmente, este tipo de cirurgia é a que tem a maior
demanda no Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu (HTODL),
referência na rede pública de saúde nas cirurgias ortopédicas de alta e média
complexidade. Atualmente, há mais 650 pessoas aguardando por cirurgia de
joelho; pacientes residentes em municípios de todo o estado.
- Até o
final do ano vamos inaugurar o Hospital Regional Ulisses Guimarães, em Angra
dos Reis, que receberá pacientes referenciados das unidades estaduais de saúde
para a realização de cirurgias de joelho. A capacidade atual do Hospital Dona
Lindu é de realizar cerca de 50 cirurgias deste tipo por mês. Com o hospital de
Angra funcionando, triplicaremos esse desempenho, passando a fazer 150
operações em joelho ao mês na rede estadual. Assim, em menos de quatro meses
teremos zerado essa fila hoje existente – explica o secretário Sérgio Côrtes.
Além da
entrada do novo hospital, serão realizados novos mutirões de cirurgias de
joelho no HTODL. Em julho, o Dona Lindu realizou o primeiro mutirão deste tipo,
operando 30 pacientes em dois fins de semana. As principais intervenções
cirúrgicas realizadas foram de alta complexidade, como a artroplastia total de
joelho e a reconstrução de ligamentos.
Há dois
anos, a unidade iniciou as suas atividades e hoje já está em segundo lugar no
Brasil no número de cirurgias ortopédicas de alta complexidade.
FONTE: Governo
do Estado do Rio de Janeiro
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