segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Primeira etapa da fábrica da Hemobrás é inaugurada

Investimento federal chega a R$ 27,4 milhões. Recursos foram investidos no Bloco B-1, onde será feita a recepção, triagem e o armazenamento do plasma brasileiro – matéria-prima para produção de medicamentos derivados do sangue

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, inaugurou hoje (19), no município de Goiana (PE), a primeira etapa da fábrica de medicamentos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). O investimento do governo federal nesta fase do empreendimento soma R$ 27,4 milhões. Os recursos foram destinados à conclusão do Bloco B-1, um dos prédios mais importantes da fábrica por abrigar uma câmara fria (a -35°C) para recepção, triagem e armazenamento do plasma, matéria-prima para a produção de hemoderivados (medicamentos derivados do sangue).

“O Brasil entra numa nova era e mais uma vez o Ministério da Saúde faz parte dessa história. A inauguração da primeira etapa da fábrica brasileira de hemoderivados é uma vitória do SUS, surge após anos de debate sobre a segurança do sangue”, destacou o ministro Padilha. “Afirmo que não iremos produzir somente derivados de sangue, pode parecer impossível, mas temos condições de tornar o Brasil autossuficiente em hemoderivados. As obras vão continuar com o intuito de fazer com que a Hemobrás tenha condições de armazenar plasma e produzir todos os hemoderivados que o país precisa”, concluiu.

Com uma área construída de 2,7 mil metros quadrados, o Bloco B-1 possui 19 metros de altura, equivalente a um prédio de seis andares. A câmara fria, que tem 350 metros quadrados e capacidade para um milhão de bolsas de plasma, será totalmente automatizada e será a primeira das Américas para esta finalidade. A operação do equipamento será feita por dois transelevadores, equipamentos que funcionarão com um programa específico para armazenamento, considerado um dos mais modernos do mundo. Todas as etapas da obra de implementação da Hemobrás deverão ser concluídas e entrar em operação até 2014.

Além da câmara fria, o Bloco B-1 dispõe de três salas para recepção do plasma; uma para registro e triagem do produto; cinco classificadas (as chamadas salas limpas, ou seja, com ar filtrado para reduzir a possibilidade de contaminação ambiental); duas para preparação dos lotes de exportação do plasma; três escritórios; três salas para máquinas e manutenção e, ainda, três vestiários.

No Bloco B-1 irão trabalhar, inicialmente, 25 profissionais, entre farmacêuticos e técnicos de laboratório. A primeira etapa da fábrica da Hemobrás também abrange mais dois blocos. O B-17, que abrigará uma subestação com quatro potentes geradores, responsáveis por garantir que energia para a câmara fria, e parte do Bloco B-14, com reservatório capaz de armazenar 450 mil litros de água.

Também participaram da cerimônia o presidente da Hemobrás, Rômulo Maciel Filho, o diretor-técnico da empresa, Luiz Amorim, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério e presidente do conselho administrativo da Hemobrás, Carlos Gadelha.

ARMAZENAMENTO DO PLASMA – A previsão é que o plasma coletado nos hemocentros do país comece a ser estocado na câmara fria da Hemobrás a partir do próximo mês de julho. Até lá, será necessário que a área passe por um procedimento técnico de refrigeração para que a temperatura chegue a 35°C negativos (no momento da inauguração, estará a -10°C). Também haverá necessidade de qualificação de maquinário, inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a autorização do funcionamento da câmara e validação da Hemobrás para os procedimentos industriais que serão realizados no local.

Uma vez em operação, a câmara fria recepcionará o plasma, que será transportado dos hemocentros para a fábrica em caminhões refrigerados. Na medida em que as estoques forem colocados nas esteiras do equipamento, os códigos de barra serão identificados e os transelevadores automaticamente conduzirão o material para o local exato nos porta-pallets (estruturas metálicas semelhantes a estantes), garantindo total segurança ao processo de armazenamento e rastreamento de cada bolsa de plasma durante todo o processo.

PRODUÇÃO DE HEMODERIVADOS – Até 2014, o plasma brasileiro será remetido ao Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, onde são transformados em hemoderivados e retornarão ao Brasil para serem distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O LFB é parceiro da Hemobrás na transferência de tecnologia para a futura produção nacional de hemoderivados.

Em 2014, quando as demais instalações da Hemobrás entrarem em operação e a produção de medicamentos derivados do sangue passar a ser feita internamente, o Brasil será um dos 15 países a possuir uma fábrica para a produção de hemoderivados.

Na Hemobrás, serão fabricados albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand. Medicamentos como esses são essenciais para milhares de portadores de doenças como hemofilia, câncer, aids e imunodeficiências primárias, entre outras.

SEGUNDA FASE DA OBRA – A segunda etapa da fábrica da Hemobrás está em andamento (começou no último mês de junho), ao valor de R$ 269 milhões e abrangendo 12 blocos. Juntos, eles somam 45 mil metros quadrados e estão situados em um terreno de 25 hectares no Polo Farmacoquímico de Pernambuco.

Atualmente, 450 operários trabalham nestas construções. A expectativa é que esse número chegue a 800 profissionais no primeiro semestre 2012.
 
FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br/

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