O Instituto
de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) no Rio de Janeiro, está desenvolvendo tecnologia de radiotraçadores
aplicados à indústria de petróleo e gás natural, com a perspectiva futura de
prestação de serviços a este setor e transferência de tecnologia para empresas
nacionais. Financiada pela FINEP, a pesquisa é coordenada pelo físico Luís
Brandão, e dela participam também a bióloga Ana Cristina Nascimento, o
engenheiro César Salgado, o físico Rogério Schaffin e o aluno de doutorado da
COPPE Eduardo Gonçalves.
Em todo o
mundo, diversos trabalhos ilustram o sucesso dessa tecnologia na avaliação de
torres de destilação de petróleo, de dutos de transporte de óleo, gás natural e
derivados e de reservatórios de estocagem. Uma grande vantagem é a
possibilidade de serem efetuadas intervenções sem influenciar na operação
normal da instalação. Pela introdução de uma pequena quantidade de material
marcada com um isótopo radioativo, tanto componentes isolados como todo o
conjunto de uma unidade industrial podem ser avaliados e as possíveis falhas
operacionais localizadas. A alta sensibilidade de detecção dos sistemas
empregados permite o uso de concentrações baixas do radiotraçador, de modo a
não representar risco radiológico para a saúde dos trabalhadores e também não
causar dano ou contaminação radiológica e química ao equipamento e ao ambiente.
Iniciado no
final de 2007, o trabalho coordenado por Brandão já rendeu três artigos em
revistas indexadas e seis trabalhos em congressos técnicos especializados. As
tecnologias dominadas pela equipe do IEN incluem: produção dos radioisótopos
necessários (bromo-82, iodo-123 e ouro-198), a marcação dos compostos orgânicos
pertinentes e o software para a análise de dados.
Segundo Brandão,
o que o grupo está fazendo agora é o desenvolvimento de metodologias para
estudo de processos industriais na área de petróleo e gás natural. Os processos
incluem a aferição e calibração de medidores de vazão para derivados do
petróleo, o estudo de tempos de residência em unidades de processamento químico
de petróleo (por exemplo, torres de destilação e separadores de fases), a
localização de pontos de obstrução em unidades de transporte de petróleo e
derivados e a avaliação de unidades de tratamento de efluentes em instalações
petroquímicas.
FONTE: CNEN
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