Poucos Técnicos em Radiologia, sistema de exaustão imundo,
impressora que não imprime, fedor de cadáver putrefeito perto da sala de
necropsia... Esse é o cenário que o jornal A Folha de São Paulo encontrou ao
visitar cinco dos seis postos do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo nas
últimas três semanas.
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Quando chamado, o plantonista precisa se deslocar até 36,5 km entre as unidades, ou
50 minutos sem trânsito. O plantão no IML é de 12 horas.
Em novembro, por exemplo, quando a PM Marta Umbelina da
Silva, 44, foi morta com ao menos dez tiros nas costas, o exame foi feito horas
depois. Faltava o técnico.
Segundo funcionários, a direção do IML chega a pressionar a
equipe para liberar os corpos com mais rapidez, pois familiares reclamam da
demora da necropsia.
Um médico revelou já ter liberado corpos baleados sem ter
feito o exame de raios X. Outro contou ter esperado três dias para o exame. O
corpo, diz, entrou em decomposição.
O exame serve para saber em que parte do corpo uma bala se
alojou. Sem ele, o médico tem que procurar a bala no corpo, o que demora mais.
Falta de
material adequado para trabalho foi outro problema relatado à Folha. O
IML de São Paulo comprou por R$ 157 mil, em maio, duas máquinas para
"embalar" corpos e conter o mau cheiro. Uma delas foi enviada ao IML
central. A outra, mandada à unidade oeste (Vila Leopoldina), nunca funcionou e
está abandonada, dizem funcionários.
O problema é que os corpos não passam pela entrada do
equipamento, pois cadáveres putrefeitos ficam inchados por gases e mantêm os
braços abertos, em posição conhecida como
"lutador".
FONTE: CONTER
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