Estrutura e
resultados do programa da Secretaria de Estado de Saúde ganham elogios da
classe médica mundial. Esta é a primeira vez que um projeto brasileiro é aceito
em evento internacional deste tipo
Um dos
programas de maior sucesso na Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Programa
de Cirurgia Bariátrica, coordenado por Cid Pitombo no Hospital Estadual Carlos
Chagas, foi tema de apresentado no congresso da Sociedade Americana de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (ASMBS), realizado no dia 20 de junho. O evento reuniu
médicos de todo o mundo em
San Diego , nos EUA.
A apresentação "New Directions for Obesity Surgery in
the Public Health Systems. The
Brazilian Experience" ("Novos rumos para a cirurgia de obesidade em
sistemas públicos de saúde. A experiência brasileira") mostrou a estrutura
montada no Hospital Carlos Chagas especialmente para o programa, com destaque
para o único tomógrafo para obesos da América Latina e para a técnica de
videolaparoscopia usada nas cirurgias, menos invasiva e arriscada. Também foram
exaltados os números alcançados pelo programa, que alcançou a marca de 300
operados em maio.
- Nossa
participação é mais uma prova de que o Brasil vem ditando regras de como lidar
com saúde pública. Já provamos isso com questões relativas à saúde básica e
Aids. Estamos exportando nossas políticas públicas para a saúde para o mundo
inteiro - comemora Pitombo.
Recorde de mais de 300 operações - O clima da manhã do dia 27 de
maio, no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes ,
era de alegria e gratidão. Grande parte dos 350 pacientes que já se submeteram
à cirurgia bariátrica no Programa de Cirurgia Bariátrica da Secretaria de
Estado de Saúde (SES) se reuniram na porta da unidade, que realiza as
cirurgias, para comemorar com uma sessão de fotos o recorde de procedimentos do
programa. A marca foi batida no último dia 9 de maio. A previsão é que esse
número quase dobre até o final do ano.
- Esperamos
fechar 2012 com cerca de 550 cirurgias. Não existe outro programa tão eficiente
no país em que seja usada a técnica de videolaparoscopia, significativamente
menos invasiva e arriscada. Chegamos a mais de 300 pacientes operados sem
nenhuma intercorrência - explica Cid Pitombo, coordenador do programa. Juntos,
os pacientes operados pelo projeto, que começou em dezembro de 2010, já
perderam mais de 1,5 toneladas.
Primeira paciente a se submeter ao procedimento, em 2010, a assistente
administrativa Camila Azevedo, de 31 anos, conta como chegou aos 116 kg de peso, medindo 1,61 m .
- Sempre
fui gordinha, mas convivia bem com isso. Tive um filho aos 18 anos e comecei a
engordar mais. Fiz várias dietas, tomei remédios e perdi 33kg. Depois engordei
de novo, comecei a comer descontroladamente, fazia de 6 refeições por dia,
sempre em grande quantidade - enumera ela, hoje com 77 quilos – 39 kg a menos.
A ajuda de
uma amiga nutricionista foi decisiva para entrar no programa de cirurgia
bariátrica do HECC, onde foi encorajada pelo médico Cid Pitombo a seguir em frente. Deu certo.
- Em menos
de uma semana fui liberada para voltar para casa. Perdi 10 quilos em tão pouco
tempo, com muita força de vontade. Consegui me organizar para fazer pequenas
refeições a cada três horas, sigo a dieta elaborada pela nutricionista e também
me adaptei na cozinha de casa. Dá mais trabalho, mas o ganho de saúde compensa
- avalia.
Cirurgia sem fila de espera - Para se candidatar a uma cirurgia
bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento
ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação
se a cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico
solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia
Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Hospital
Estadual Carlos Chagas. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação
marcada. E, importante, não há fila de espera.
O paciente
que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou
maior que 35kg/m² quando associado a fatores de co-morbidade, como hipertensão
e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da
Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e
operados. A equipe do médico Cid Pitombo também acompanha todo o pós-operatório
especializado, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação
periódica pelo cirurgião.
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