"Natural é partonormal". É com esta afirmação que
o médico obstetra e coordenador da maternidade do Hospital Estadual Rocha
Faria(HERF), em Campo
Grande, Juciney Pacheco, inicia a explicação sobre os
benefícios que o parto normal traz para mães e bebês. Este também é o conceito
preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde
(MS). Tanto que, de todos os partos realizados nas maternidades administradas
pela Secretaria de Estado de Saúde, 80% são normais. De janeiro a maio de 2012,
foram 6.787 partos normais, contra 1.827 cesáreas nos seis principais hospitais
do Estado.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2010, o Brasil
registrou mais cesarianas do que partos normais. Enquanto em 2009 o país
alcançava uma proporção de 50% de partos cesáreos, em 2010, a taxa subiu para
52%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede
pública, 37%. A unidade líder de partos normais no estado do Rio deJaneiro foi
justamente o Hospital Estadual Rocha Faria. Nos cinco primeiros meses do ano,
foram 2.343; contra 107 cesarianas. Em segundo lugar está o Hospital Estadual
Albert Schweitzer, com 1.694 procedimentos normais.
Segundo o médico Juciney Pacheco,as vantagens do parto
normal são muitas: os índices de complicações, como infecção e hemorragia, são
menores; dor quase inexistente no pós-operatório; o risco de morte de mães e
bebês é seis vezes menor; tempo menor de recuperação da mãe, permitindo que ela
rapidamente tenha contato com o filho e comece a amamentar; e o tempo para a
mãe retornar às atividades no parto normal é quase imediato e da cesárea é de,
em média, 25 dias.
A OMS recomenda taxa entre 15% e30% de cesáreas e todas as maternidades
do Estado cumprem essa meta, sendo o HERF a unidade com a menor taxa (4,4%). O
Hospital da Mulher Heloneida Studart, especializado em partos de alta
complexidade, é o único que fica acima, com 38% de cesarianas.
Parto humanizado - Além de orientar os médicos a optar pelo
parto normal, com exceção dos casos em que há indicação de cesárea por conta de
possíveis riscos para mãe ou bebês, a Secretaria de Estado de Saúde investe no
parto humanizado, já implementado no Hospital da Mulher Heloneida Studart, no
Hospital Estadual Albert Schweitzer, no Hospital Estadual Rocha Faria e,
agora,no recém-inaugurado Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita.
- No Brasil, as pessoas creem de forma equivocada que a
cesárea é melhor. Muitas mães acham que vão sentir mais dor ou correr risco se
fizerem parto normal e isso não é verdade. É papel do médico orientar às
famílias sobre as vantagens deste procedimento natural –explica Juciney.
Casa da Mãe - Entre as ações de humanização está a Casa da
Mãe, do Hospital da Mulher, em
São João de Meriti, local onde a puérpera fica hospedada caso
seu bebê precise permanecer internado para cuidados na UTI ou UI. O espaço
recebe mulheres que moram longe da unidade – mínimo de 50 km de distância - ou em
lugares de difícil acesso e permite que essas mães fiquem próximas aos filhos
que permanecem internados, garantindo, com isso, o contato e o aleitamento tão
importantes na recuperação dos recém-nascidos.
Núcleo de Avaliação Fetal – O Hospital Estadual Rocha Faria
inaugurou no dia 14 de dezembro de 2011 o primeiro Núcleo de Avaliação Fetal
(NAF) da rede pública estadual de saúde, que permite, por meio de exames
avançados, avaliar o feto ainda dentro da barriga da mãe. O novo serviço conta
com ultrassonografia morfológica fetal, doppler velocimetria materna e
fetal,cardiotocografia basal, perfil biofísico fetal, perfil biofísico do
embrião e amnioscopia. Todos eles são voltados, principalmente, para pacientes
em gestação de alto risco. A futura mamãe pode acompanhar tudo através de um
monitor, recebendo as explicações necessárias durante o procedimento. Todos
osexames são indolores e não-invasivos.
O NAF funciona dentro damaternidade do hospital e atende
pacientes internadas na unidade e em outros hospitais da rede da Secretaria de
Estado de Saúde (SES), agendadas previamente nas ecretaria do NAF. Essas
pacientes precisam ter um pedido médico e ser encaminhadas pelas unidades da
SES. O atendimento é diário e ininterrupto para as gestantes internadas no
hospital e de segunda a sexta, das 8h às 17h, para as demais.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

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