As lágrimas de dona Teresinha de Aquino são uma mistura
de alegria e tristeza. Numa sala do Hospital Estadual Eduardo Rabelo,
em Campo Grande , pessoas de
todas as idades refletem em seus rostos sentimentos tão diferentes quanto
complementares. No palco improvisado, quem desperta boas e más lembranças no
público é a Companhia Flor no Peito, que leva ao hospital o espetáculo
“Triciclo”, uma fábula sobre a amizade entre dois palhaços contada através de
teatro de bonecos e música ao vivo. A apresentação faz parte do projeto
Plateias
Hospitalares, da ONG Doutores da Alegria em
parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). O espetáculo
leva alegria e leveza a pacientes, acompanhantes e equipe das
unidades estaduais.
- Meu marido está internado aqui. É triste pois ele está
sofrendo e eu não posso fazer nada. A peça serviu para descontrair. Amei eles
terem vindo! Estou voltando a ser criança. É um momento de respiro nesses dias
tão difíceis. Sentimos o carinho, alento, respeito e compreensão dos artistas –
afirma dona Teresinha, de 64 anos, que fez questão de abraçar e beijar os
atores ao final daapresentação.
O projeto Plateias Hospitalares é uma iniciativa
dos Doutores da Alegria, com apoio da equipe de
Humanização da SES, que também tinha a vontade de levar a cultura até
aqueles que, por diferentes motivos, estão longe de suas casas. Essa vontade esbarrou
no trabalho dos Doutores da Alegria e a parceria começou,
em 2009. A
ideia é levar arte, por meio de apresentações cênicas, musicais e circenses até
as unidades hospitalares da rede estadual. Mesmo acostumados a
alegrar setores de pediatria em unidades de São Paulo
e Recife ,
os Doutores da Alegria encaram um desafio: agora o público
inclui adultos e idosos.
- Com o Plateias Hospitalares chegamos a adultos e idosos,
não apenas às crianças. Precisamos levar em consideração as particularidades de
cada hospital, escolher que música tocar, que cenário usar, é tudo diferente. É
a ampliação da nossa missão – avalia o coordenador artístico
do Doutores da Alegria, Fernando Escrich.
Hospitais participantes
Na etapa 2012, participam do projeto as seguintes unidades: Hospital Estadual Rocha Faria, Hospital Estadual Tavares de Macedo, Hospital Estadual Azevedo Lima, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes e Hospital Estadual Alberto Torres, além do Hospital Estadual Eduardo Rabelo. A programação é formada por sete espetáculos selecionados pela ONG por meio de edital. As apresentações acontecem uma vez por mês em cada unidade.
Na etapa 2012, participam do projeto as seguintes unidades: Hospital Estadual Rocha Faria, Hospital Estadual Tavares de Macedo, Hospital Estadual Azevedo Lima, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes e Hospital Estadual Alberto Torres, além do Hospital Estadual Eduardo Rabelo. A programação é formada por sete espetáculos selecionados pela ONG por meio de edital. As apresentações acontecem uma vez por mês em cada unidade.
Os artistas selecionados fazem adaptações de linguagens,
cenário, música, sempre levando em conta o espaço em que o trabalho será
apresentado e o público. Para as unidades que
não contam com teatro, por exemplo, é escalado o grupo Bando de Palhaços, com
seis artistas que visitam os pacientes leito a leito. Seja em cima de um palco
ou percorrendo as enfermarias, os artistas nunca passam despercebidos, despertando
emoções e, em alguns casos, influenciando na melhora de quem está internado.
- É gostoso ouvir o relato dos profissionais sobre o impacto
desse trabalho no cuidado que eles têm e das reações dos pacientes. Houve uma
coordenadora de enfermagem que nos contou de um paciente internado no CTI há
dias sem interação e que, com a entrada delicada do grupo de palhaços,
movimentou os dedos das mãos, respondendo ao canto dos artistas – lembrou a
psicóloga Tatiana Clarkson, da equipe de Humanização da SES
e uma das responsáveis pela parceria com a ONG.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

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